Os maiores desde...




- Renato: Você não sabe nada eu sou a alma dessa banda!
-Van: Você esta louco um critico o elogia e você se acha Jimmy Page!?
-Renato: Você ouviu isso John?
-Van: John ele esta cego.

...e mais uma vez naquele dia os dois principais compositores da banda saíram discutindo de forma contundente um contra o outro. Já havia se tornado rotina na vida cotidiana do Power trio: Os Nilos.
O Guitarrista Renato e o Baixista Van, que tinha um sério problema com o seu nome verdadeiro Vandemberg, vinham tendo quase que uma queda de braço nas ultimas semanas pelo controle criativo da banda e a consequente vertente do rock para onde o primeiro cd dos nilos ia se direcionar.
Entre esses dois porém, havia John o baterista da banda que por melhor instrumentista que fosse, e ele realmente era, sábia que seria só mais um ótimo baterista fora da banda que tinha um potencial enorme com os seus dois outros integrantes.
Certa vez um fã da banda, que tinha pouco mais de seis meses, disse inclusive que o ego de Renato e Van era enorme, mais nada comparado ao dos dois juntos. Pura verdade, pois nos ensaios para o término das composições Renato sempre tentava dar a musica um sentido mais blues, colocando vários licks de guitarra desse estilo, enquanto Van insistia em fazer um baixo rápido e sem muitos rodeios típicos do rock mais voltado para o hardcore.
“... toda essa briga é típica de grandes bandas, relaxe...” diziam os amigos a John. Mais ele vivia a estafante rotina de ensaios e sabia que a coisa não estava fácil.
Seu dia começava por volta das 6 horas quando ele acordava para ir ao seu trabalho num famoso jornal carioca onde ele iria ter a sua matinal reunião de pauta, com os editores, e em seguida procurar as suas fontes para as matérias do dia. Ele não se enganava, era sem dúvida melhor jornalista que musico, mais esse sonho vinha lhe custando trabalhar em poucos finais de semana e sair sempre no horário, o que para um jornalista é mortal.
Os ensaios ocorriam durante três vezes na semana: segunda, quarta e sexta além do freqüente show de sábado. Tudo bancado por uma gravadora que ia produzir o primeiro cd dos rapazes que em pouco tempo, e sem mesmo ter gravado um disco, já tinham prestigio no meio por terem colocado quatro musicas num site, de divulgação de bandas, em que foram definidos por críticos musicais como a salvação do rock e por fãs como a banda mais revolucionária do gênero desde o Nirvana e o seu grunge de Seattle.
John sempre achou que todos esses elogios não podiam ser feitos aos Nilos pelo excesso de egocentrismo de seus integrantes. Ele sempre soube que isso ia acabar acontecendo um dia pelo talento de seus companheiros, mais que exatamente nesse ponto seria definido o futuro da banda.
Desde a primeira vez que tinha visto Renato sábia que ele era uma estrela, tocava guitarra como um bluseiro com alma de roqueiro, se é que isso é possível, ele sabia como ninguém o limite entre o virtuosismo e a chatice, entre a atitude no palco e o rótulo de poser. Resumindo... Ele tinha que entrar na banda.
Foi assim que depois de uma apresentação dos “Vulgares” (ex-banda de Renato), John foi ao camarim para convida-lo a integrar sua banda, que com o fim dos Vulgares alguns meses depois, teve toda a atenção de Renato.
Com Van tinha sido um pouco diferente, amigos desde a infância, o talentoso baixista tinha uma destreza no instrumento impressionante, mandava slaps como ninguém e tinha uma noção rítmica que faria Paul McCartney ter inveja no seu auge nos Beatles. Ele era a ligação perfeita entre as guitarras arrasadoras e o vocal “rasgado” de Renato com a sua bateria precisa.
Esses eram Os Nilos gênios, porém egocêntricos demais. Demais até mesmo para uma época em que existiam os irmãos gallagher do Oasis, os dinossauros do rock Rolling Stones e a impressionante Amy Winehouse.

Renato: John acabou.
John: como assim acabou.
Van: É como assim acabou, nem começou?
Renato: Pra mim chega. E sou maior que isso.
Van: Que seja, não preciso de você.

E no dia seguinte todos souberam do fim da banda que era a maior, a melhor e a mais surpreendente em muito tempo. Durante vários anos eles foram conhecidos como os ex-integrantes daquela que poderia ter sido uma banda grande muito grande, juntos, e que separados foram apenas bons músicos que fizeram um sucesso considerável e que sempre seriam conhecidos como os Ex-Nilos.

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