Estou me avisando

Definitivamente não sou uma pessoal das mais entendíveis...
Desde que comecei a tentar entender o meu comportamento percebi que crio provas para dizer a mim mesmo que sou melhor do que eu tenho quase certeza que não sou.
Imponho-me provações com o objetivo de alcançar a superação que perco em uma madrugada.
Não tenho muitos problemas profissionais, assim sendo tudo o que me faz realmente pensar é a minha vida pessoal que confesso ser bem atribulada.
Não quero falar disso aqui por que já me exponho mais do que deveria nesse blog.
O que quero dizer é que as maiores besteiras da minha vida foram feitas em momentos pontuais por um único motivo: rejeição.
Sou grato por nunca ter tomado uma boa lição da nossa sociedade e é incrível pensar como odeio ter que provar para mim mesmo certas coisas magoando outras pessoas para simplesmente manter o meu ego num nível aceitável para mim mesmo.
Já fui xingado e acredito ter perdido ótimas pessoas, e me livrado de umas boas também, só pelo fato de talvez também querer rejeitar.
É horrível pensar nisso...
É horrível pensar que existem pessoas como eu que descontam sua frustração em outras e agora escrevem isso num blog que ninguém lê na internet.
Estou em um dos melhores momentos, profissionalmente falando, da minha vida e isso se contradiz de uma forma forte com o momento em minha vida pessoal.
Isso influência de um jeito atordoador meus trabalhos para uma forma negativa e também positiva.
Tenho feito as maiores besteiras nesses últimos tempos, mas que graças a Deus são compensadas por boas ideias que mantém o equilíbrio e fazem com que eu não seja um total Zé ninguém.
Acredito que isso não irá durar muito tempo então se eu me estrepar daqui a algum tempo quero ler isso aqui e lembrar que eu mesmo me avisei disso um dia.

Madrugadas

Hoje pensei que algo fosse mudar.
Não sei explicar o que quero dizer e muito menos como posso dizer, mas esperei que algo fosse mudar.
Não tenho um motivo especial e na verdade tudo aponta para o lado contrário.
Eu simplesmente esperei que talvez algo fosse mudar.
Olhei para o telefone jogado sobre minha mesa no trabalho e desejei, com todas as minhas forças, que um nome aparecesse numa ligação.
Não deu certo.
Minha distração latejava em meus afazeres e parecia querer me denunciar a qualquer custo para quem quisesse ver.
Um vestido pérola só me faz ter mais certeza de que tem algo de muito errado comigo... Acho que não sou mais o mesmo.
Não ligo para quem esta do meu lado e termino minhas noites criando teorias sobre alguém que esta em outro lugar com outra pessoa.
Mulheres não gostam quando você diz que gosta de outra garota por mais que ela queira ficar com você.
Qual a diversão em falar de alguém que não escolheu você?
Para mim parece vital, pois insisto em dizer isso toda madrugada a infortunada que cai na lábia dessa grande pessoa falsa que venho sendo.
Acho que faço isso só para provar para mim mesmo que ainda posso ter alguém mesmo que eu não queira e consiga estar estragando tudo antes mesmo de qualquer ato.
No momento sou falso comigo e com quem esta em minha companhia, pois sei que por mais que eu tente, force e procure não existem duas pessoas iguais no mundo.
Talvez eu devesse esquecer, mas eu não consigo, eu não posso e eu não quero.
A garota de vestido pérola me disse que fiquei estranho e perguntou certa vez por que eu não a beijei.

-Por que eu gosto de outra garota
-Eu não ligo. Hoje não...
-Eu ligo
-Por que você saiu comigo hoje então?
-Por que sou um idiota
-Disso eu tenho certeza

Eu não me importei.
Simplesmente não me importei com a situação por que se tornou normal, por que eu me tornei falso... Até para mim mesmo.

Forçando a barra

Voltando de noite...

-Você ficou estranho agora a pouco...
-Não, normal...
-Definitivamente você não estava normal, quis ir embora do nada...
-Esquece. Já disse que você esta bonita hoje?
-Mudou de assunto, mas tudo bem. Percebi que você gostou...
-Ainda mais branco...
-Não é branco. É pérola...

Pensando

-aff



The Sub - When you say

Instâncias

Meu país foi separado.
Cada instância tinha uma única prerrogativa para existir: seus residentes terem os mesmos gostos.
Decretada a nova ordem as pessoas corriam, como baratas tontas, aglomerando-se onde achavam que poderiam encontrar seus iguais. Pares que tivessem mais do que ser um ser humano em comum.
Nas estradas lotadas a instancia do engarrafamento foi inevitável, perto da lotérica os que aspiravam ao prêmio da Megasena formaram o grupo dos sonhadores enquanto nas praias surfistas se amontoavam.
Numa passeata por dentaduras o grupo dos felizes encontrou com o dos tristes, que protestavam contra a grande quantidade de emos que vinha chegando a instancia, e houve uma grande briga fazendo com que todos fossem para a instância da violência.
Lá uma grande guerra acontecia pela independência de certas partes de instâncias como a dos traficantes, assaltantes e terroristas... O lema era “A violência tem varias caras. Não queremos só uma!”.
No sul um massacre aconteceu quando a instância dos pagodeiros lutou contra a dos roqueiros, já que ambos tinham como armas apenas guitarras contra cavaquinhos.
Não sobrou pagode sobre pagode.
Apesar da divisão das instâncias o futuro de cada uma era muito óbvio: a divisão.
Cada vez mais constantes as divisões, motivadas por rivalidades internas, eclodiam em cada instância.
Mesmo sendo mais iguais que opostas às pequenas diferenças iam se acentuando de tal forma que os pedidos de independência de algumas minorias aconteciam sucessivamente.
As separações acabaram se tornando tão constantes que logo nasceram as instâncias de uma pessoa só.
Por que ninguém era tão igual a ponto de ser exatamente igual.
Ninguém era tão igual a ponto de não ter diferenças que com o tempo se tornassem mais evidentes.
Ninguém era mais igual.
Talvez ninguém nunca tivesse sido igual.
Talvez um dia eles acabassem se tornando ninguém se não se unissem como um todo.
Se não se tornassem um país que entendesse as diferenças ao invés de se separar por minorias.
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