A verdade é que tinha medo de admitir.
As provações e decepções se sucediam
sempre que uma nova esperança acometia-se.
Ninguém sabia o quanto ele tinha
esperado por aquele momento e mesmo assim tal segredo não ajudou.
O tempo estava
passando.
A sensação de que
a escolha por ele talvez simplesmente não fosse feita, parecia se tornar a cada
palavra de amor mais viva.
“E se...”
Não se constroem histórias com prerrogativas
para o que se sente.
E se os anos se forem?
E se um dia ela se questionar como
poderia alguém ainda gostar mesmo depois de tanto tempo?
E se a resposta fosse que ele nunca
deixaria de gostar.
Que era reconfortado com lembranças
sempre que aquela música tocava.
Que seu cheiro ainda vivia em seu
olfato. E era aguçado... Cada vez que alguém ousava apropriar-se do mesmo.
Que o tão criticado transporte público
deveria ganhar uma nova definição depois de uma viagem ao seu lado.
Não era fácil ser ele.
Gostaria de dizer, mas não era justo.
Não para consigo mesmo.
Mas se ela pudesse ouvir:
“Eu não sou corajoso o suficiente para
me declarar
Mas saiba que nunca me senti tão bem
quanto do seu lado
Quando tudo está ruim, desejo que
esteja bem menos complicado para você
Sempre tive o sonho de poder fazer
algo pelo mundo através do meu trabalho
Mas mesmo que eu fosse um super-herói
não faria sentido voar sem tê-la ao meu lado
Você é tudo o que eu sempre quis
Em você acho que vive a melhor parte
de mim”