Em outro lugar





Minha vida no colégio pode ser dividida basicamente em duas partes: antes e depois do primeiro grau.
Durante esse período da minha vida eu poderia ser chamado de nerd por qualquer um facilmente e sem duvidas. Andava sim com pessoas que gostavam de rock, jogavam RPG, ficavam com pouquíssimas garotas e eram frequentemente zoadas por terem esses hábitos.
Eu sinceramente não tinha nenhum problema com isso, como até hoje não teria, mas os dias de tapas e excrotices dos meus colegas de sala me revoltavam. Nessa época já existiam aqueles estereótipos que habitam o famoso nicho das salas de aula:
“Os populares”
“Os pegadores”
“Os zoados” - que tem uma cabeça descomunal, por exemplo, mas que andam com os populares
“As magrelas” - metidas a gostosas
“As gostosas”
“Os nerds”
E aqueles que não fedem nem cheiram
Eu fazia parte dos nerds, que não estudavam, mas que tinha amigos muito fiéis. Eles são meus grandes amigos até hoje e me orgulho muito disso e de cada um.
A revolução começou a acontecer quando mudei de colégio na passagem da oitava série para o primeiro ano do segundo grau. Tinha estudado boa parte da minha adolescência num único colégio e admito que a idéia de mudar parecia assustadora.
Confesso que tive muita sorte.
Ingressei num dos melhores colégios do Rio com pessoas que tinham um poder aquisitivo alto, ao contrário desse que vos escreve, e fiz amizades com pessoas populares de uma forma incrivelmente rápida. Por algum motivo a menina mais bonita da sala viu algo em mim e nós namoramos, por quase um ano letivo inteiro, o que me deu a possibilidade de participar do grêmio e de, pela primeira, vez alcançar um nível de popularidade alto, posição que sinceramente nunca almejei.
As festas eram incríveis, as aulas monótonas com minhas notas sempre raspando e os intervalos sensacionais. Na hora da saída então...
Alguns anos mais tarde, porém, descobri que na verdade eu deveria estar num outro ponto do Rio, em um outro baile com a garota mais linda do mundo que estava sozinha por algum motivo que eu não consigo conceber.
-Alguém tem uma maquina do tempo ae?-
Mas todo adolescente é meio idiota mesmo.
Como disse o cara do Who:

People try to put us down (talkin' bout' my generation)
Just because we get around (talkin' bout' my generation)
Things they do look awful c c cold (talkin' bout' my generation)
Hope I die before I get old (talkin bout my generation)

Tradução:

As pessoas tentam nos colocar pra baixo(falo da minha geração)
Só porque estamos por todos lados(falo da minha geração)
As coisas que eles fazem parecem terrivelmente frias(falo da minha geração)
Espero morrer antes de ficar velho(falo da minha geração)

1 comentários:

Paulo Oliveira | 1 de fevereiro de 2009 às 07:38

Lek, parece q isso foi pra mim, tb passei por isso, mas o fato de ser nerd e jogar rpg me fez popular, nao sei pq... rs
Mas é isso ai, o mundo da voltas e um dia chegamos onde queremos, como eu agora...

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