Zack Deat





Desde muito pequeno Zack Deat soube que a única maneira de vencer na vida era se esforçando muito. Aos dezoito montou uma pequena empresa de alimentos que rapidamente prosperou, então com 22 mudou de ramo se tornando um empresário bem sucedido no seguimento dos transportes quando chegou à sua atual idade: 40 anos.
O Senhor Deat, como gostava de ser chamado no ambiente de trabalho, era um homem exemplar. Trabalhador, conseguiu formar uma bela família e construir uma empresa próspera que proporcionava a ele uma vida totalmente estável.
O único defeito na vida de um homem tão admirável era um hobbie doentio adquirido por pura loucura.

-Boa noite senhor Deat.
-Boa noite Rose, até amanhã.

Depois de se despedir da sua secretária Zack Deat saiu do escritório naquela segunda-feira pronto para realizar mais uma “brincadeirinha”, como ele gostava de chamar, mas dessa vez seria algo especial.

---------O senhor Deat tinha conseguido pequenas proezas em uma curta história de loucuras. Desde que ficou rico e sentiu que toda a sua vida estava garantida, mais ou menos aos 30 anos, ele adquiriu o hábito de fazer “brincadeiras com as pessoas” todas às terças à noite.
A primeira vez aconteceu enquanto aguardava o metrô. O Relógio da estação marcava 23 horas e Zack Deat notou que só havia três pessoas na estação: ele, uma senhora a sua frente e um adolescente na outra extremidade da plataforma.

A primeira vez é sempre mais complicada, porém sempre nos instiga ao próximo ato.

Ele a olhava com pena, não sabia por que, mas tinha repulsa por aquele ser que se postava a sua frente.
Ouviu o estrondo do metrô se aproximando e a mulher do alto-falante, que anunciava a chegada da grande minhoca de metal a estação, quando a senhora deixou cair uma moeda no chão e se agachou para pega-lá.
Deat não conseguiu se controlar... Por algum motivo que ele desconhecia... Ele... Ele parecia um espectador dentro de seu próprio corpo vendo a sua perna se levantar e num só impulso chutar a senhora para a linha onde foi triturada pelo metrô.
O jovem com seus grossos fones de ouvido nem notou o incidente, pelo que Deat percebeu ao entrar no mesmo vagão que ele para verificar. -----------

Aquele dia podia ser segunda, mas Zack Deat estava se sentindo disposto demais para desperdiçar toda aquela energia. Hoje alguém iria ser alvo de uma “pequena brincadeirinha” e ele já tinha até escolhido o lugar: Um baixo prédio, de contorno escuro que ficava numa rua ali perto.
Zack vestiu uma calça jeans e um casaco, largo demais para o seu corpo esguio, e entrou no prédio depois de deixar o carro, com seu terno, a algumas quadras dali.
Subiu e olhou de porta em porta, por cada andar que subia, procurando alguma que estivesse entreaberta ou pelo menos por um apartamento que estivesse recebendo visitas.
Não deu sorte.
Quando acabou chegando ao terraço, e nada conseguiu, se sentiu frustrado. Ainda tentou em vão achar alguma alma incauta que estivesse tomando um ar por ali, mas o único ser vivo que se mostrava presente eram os pombos.
Esbravejou: Que m... Que mundo é esse onde não se pode nem fazer uma “brincadeirinha”?!
Foi quando teve uma ideia brilhante (digna de Zack Deat). Ele olhou pela sacada e viu o que esperava: uma família de pai, mãe e filho passando.

Que sorte... Que sorte!

Imediatamente seus olhos ficaram nervosos procurando algo. Depois de dez segundos intermináveis, para Deat, ele achou um grande vaso de plantas que com dificuldade conseguiu levar até a beira.
Posicionou-o e atirou.
A planta foi caindo de forma lenta, para ele, até atingir em cheio a cabeça do garoto.
Zack Deat pode ver de camarote o desespero do pai e da mãe e começou a sorrir, com o canto da boca, quando sentiu uma mão em seu ombro...

-Quem é você?
-Não se lembra de mim?
-Não! O que você quer?!
-Nada. Só fazer uma pequena “brincadeirinha”

E o rapaz empurra Deat que começa a cair do alto do prédio em direção ao mesmo lugar onde o garoto ensangüentado era acudido.

A última lembrança que Zack Deat teve na sua vida, enquanto despencava do prédio, foi a mais aterrorizante de toda ela: O rapaz que havia lhe empurrado usava fones de ouvido grossos que tocavam uma musica alta, que ele mesmo podia ouvir e reconhecia: Sweet Dreams – Marilyn Manson...
Ele era o garoto da plataforma do metrô.

"Sweet dreams are made of these
Who am I to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something..."

4 comentários:

Anônimo | 25 de junho de 2009 às 14:00

Já falei que vc é perfeito??? Lindo, gostoso, sarado e com poucos pelos .......... e ainda por cima inteligente ......... casa comigo????? rsrsrsrsrsrsrsrsrs
.......

angie gallagher | 26 de junho de 2009 às 19:50

poxa, fiquei com medo agora... O.o

angie gallagher | 26 de junho de 2009 às 19:51

sweet dreams caiu certinho pra historia...

Camilla Azuos | 27 de junho de 2009 às 14:53

Pois é... quando a gente pensa que não tem ninguém vendo nossas maldades, é aí que a gente se ferra.
Acho que essa história de Deat, pode ser transferida sim pra realidade.
Não to falando de Deus, pq muita gente não acredita nele. Tá, então vamos lá: pode ser uma "entidade suprema" que tem o peder de nos punir (tanto durante a vida quando depois)...
será que o cara do phone era Deus, Jah, Buda, Krishna...?!
A questão é: nunca sairemos impunes de nossas maldades!

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