A batida




Tum ta ta Tum ta

Isso era tudo o que eu ouvia naquela noite.
As batidas ressoavam de algum lugar e eu podia ouvi-las claramente em minha cabeça. Era um som forte, compassado, esquizofrênico e parecia viciante de uma forma estranha, mas sedutora.
Conheço essa batida, mas de onde?
Saio para a rua e vejo uma marcha de pés precisos e olhares atentos.
Do céu aquilo deveria estar parecendo uma bizarra fileira para um formigueiro numa proporção muito maior.
Para onde está indo senhor?
-Ele aponta para a sua própria mão onde uma tatuagem com a letra S estava à mostra-

Tum ta ta Tum ta

Sr. S, por favor. Esqueceu-se das regras?
Que regras?
As regras do partido opressor vigente ora.
-É melhor não contrariar o louco-
Ah sim claro, me desculpe Sr. S.
Tudo bem Sr...
-Ele pega a minha mão onde uma letra R esta cravada-
...R estamos indo para a praça central. Para a festa do partido.
Ah claro, vou com vocês.

-Que m... de tatuagem é essa?-
Ao acompanhar a imensa multidão percebo que todos, que nela se encontram, também têm a marca na mão.

Tum ta ta Tum ta

Depois de dez minutos numa boa caminhada chego à praça central da cidade onde pessoas que saiam de todos os cantos se aglomeravam.
Aquilo era muito parecido com um formigueiro...
No canto da praça estava o palco para onde todos se viravam ao chegar e tentavam ficar o mais próximo possível. Era um palco imenso. Digno de um show dos Rolling Stones. No fundo havia um gigantesco telão que tinha, em letras garrafais, os dizeres: Mais uma vitória sua, mais um vitória do Partido Opressor.

-A batida ficando mais forte a cada passo que dava em direção ao palco-

Finalmente vejo de onde vinha o maldito som que estava ressoando por toda a cidade. Alguns metros a frente do telão havia um baterista tocando com verve a batida que reverberava.

-As luzes se apagam-


Sobe ao palco um senhor, com um contrabaixo nas mãos. Ele se intitulou Sr. K ao mostrar a marca em sua mão para o câmera e consequentemente para a multidão que o acompanhava.
O Sr. K pelo que entendi era o presidente eleito do partido e estava ali para fazer uma espécie de show da vitória.
Ele empunhou o baixo e começou a tocar as primeiras notas que foram seguidas por um urro de êxtase do povo e uma cara de surpresa minha quando finalmente reconheci a musica.

-Era “Climbing Up The Walls” do Radiohead-

É nesse instante que sobe ao palco uma mulher que passou pela segurança, imprudentemente, e foi agraciada pela ousadia com a permissão do Sr. K para dançar com uma piscada de olho para os seguranças.
Era a Srta. T como a mão que era focalizada no telão fazia questão de mostrar.
Ela estava a mais de cem metros de mim com algumas centenas de pessoas na frente, mas...
De repente simplesmente nada mais importou. O partido opressor (que nome mais sugestivo) que devia estar enganando a todos naquela cidade, a bizarra convergência de seres humanos dentro da praça, a música do Radiohead que reverberava feita só por baixo, bateria e voz, a tatuagem que apareceu sem nenhuma explicação na minha mão e toda aquela bizarra situação pareceu não existir mais.
Nada chamaria mais a minha atenção naqueles próximos instantes.
Ela estava com uma saia (daquelas de hippie) e uma camiseta preta, os cabelos curtos enrolados dançavam soltos no ar e parecia que o cheiro dela tomava conta de todo o ambiente. Dançava de uma maneira "graciosamente desajeitada", mas definitivamente linda. Era pequena na estatura, porém o telão fazia questão de mostrar o quanto ela era grande em sua perfeição na junção de cada parte de seu corpo, personalidade e charme.
Eu a gritei. Freneticamente a gritei quando finalmente pareceu, pelo menos em minha tola mente, que por um momento ela olhou pra mim. Por um milésimo de segundo eu acho que ela olhou para mim.
Naquele instante simplesmente nada mais importou...

6 comentários:

Camilla Azuos | 4 de fevereiro de 2009 às 20:14

Tá... agora explica que eu não entendoi náááda!

desculpa a minha ignorância, mas ... rs

Paulo Oliveira | 5 de fevereiro de 2009 às 07:32

Eu entendi pooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo e sei até quem são essas pessoas...

Lucas Sakalem | 5 de fevereiro de 2009 às 07:32
Este comentário foi removido pelo autor.
Dicáh | 5 de fevereiro de 2009 às 07:33

Tem um selo pra vc lá no meu Blog..
Pegaa láá

BjaoO

Lucas Sakalem | 5 de fevereiro de 2009 às 07:35

Então, entendi o texto. Se há algo subjetivo, eu acho que entendi pelo menos alguma coisa... ou melhor, acho que reconheci pelo menos alguma coisa...

É um bom texto.

Quem mais não entendeu?

Naya... | 5 de fevereiro de 2009 às 07:45

o texto ficou foda muito bem escrito e tals, mas tu ja entendeu q é impossivél entender algo q não e pra ser entendido mais somente lido...
rsrs
bjus PH

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