Efeito













A velocidade e a angustia eram as suas companheiras.
A ausência de ruido na madrugada era quebrada apenas pelo som do taco de beisebol que rasgava o vento a cada movimento feito antes de seguir em alta velocidade com a motocicleta.
O fone de ouvido não o deixaria ouvir muita coisa, mas ele não se importava. Tinha contabilizado três retrovisores e uma janela de carro quebradas pelo taco... Estranhamente nenhum dos veículos tinha alarme.
Tinha raiva, amor, dor, embriaguez e vontade.
Parou numa esquina e quebrou mais uma janela que dessa vez fez reverberar um alarme ensurdecedor.
Estacionou a moto ao lado de um bar na praça central e viu o carro policial passar até onde o alarme do carro apitava freneticamente.
Sentiu o efeito que a adrenalina, misturada ao álcool, causava nas veias e sentou-se na moto escondendo o taco dentro do bag da guitarra.
Foi para casa por um caminho diferente.
Deitou na cama, olhou para a janela, com sua parede de tijolos e o mínimo pedaço de céu aparente, provou um pouco mais da impotência de ser... sentiu um pouco mais a angustia dos pensamentos e fechou os olhos...
Aquela seria uma difícil madrugada de sono.

"E sempre que der
Vou dizer pra nem tentar
Que já é hora de crescer
E de parar de usar
As roupas de sempre..."

Zander

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