Incondicional

Raoni deitado na cama lembrava da euforia que o atingia antes ao vê-la... Ainda hoje é assim, mas não é a mesma coisa.
Hoje ele não é mais o mesmo, pois conhecê-la mudou a sua vida... Se sente idiota pelo que se propõe a fazer para ficar uns minutos a mais ao seu lado ou ouvindo a sua voz. Relembra cada palavra depois de encontrá-la pensando em frases bonitas, que expressariam melhor o seu afeto, mas depois percebe que talvez tenha sido melhor elas não serem ditas.
Palavras sinceras não podem ser ditas sem propósito e é isso que as suas não tem a destreza de fazer... São jogadas, tolas e inconseqüentes pela falta de objetivo em acreditar numa reciprocidade que palavras não podem trazer.
Sua flor favorita não traria...
De repente Raoni deveria ser como ela que tem em sua cor vivida e forte as razões que atraem a atenção, mas que é sincera o suficiente pra saber quando o seu giro não é mais interessante e começa a murchar e sumir com o tempo. Claro que as cores não são tão belas para ele, mas Raoni tem anos o suficiente pra saber que o pensamento iluminista não é o seu forte. Se agisse com a razão sua história nem estaria sendo contada aqui.
A antítese de quanto menos tenta vê-la mais quer ter sua presença é tão contraditória quanto os anos que estariam por vir e seriam melhores se talvez fossem passados distantes. Nunca a relação de perto e distante e distante perto foi tão relativa.
Os pensamentos dele parecem clichê?
Provavelmente...
Ninguém quer saber, no final das contas, se Raoni ama alguém e ele nem deveria dizer isso... Eu te amo é uma frase feia no contexto da situação em que ele se encontra.
É como já lhe disseram: “entre bilhões de pessoas nesse mundo não é possível que não exista mais ninguém!”.
É nisso em que ele se apóia.
Talvez seja o único pensamento que o mantenha de pé: O mundo.
Nesse planeta tomado pelo capitalismo e em que os lideres mundiais disseram, na conferencia de Copenhage, que a economia é mais importante que o futuro da terra, ainda existe algo que nada pode comprar.
É como diz na letra da última musica postada nesse blog, que tem frases auto-explicativas: “...eu serei a improbabilidade dos fatos,
o quase zero de possibilidade...”
“...eu serei o mesmo erro que se comete pela centésima vez,
eu serei o sentimento de impotência diante do espelho...”
Raoni acha que talvez o mundo gire como a flor favorita dela e traga novas possibilidades ou até impossibilidades, mas que sejam presentes para um dia dizer verdadeiramente para ele mesmo: Você era pra mim algo insubstituível.

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