Bom, é uma longa história...



- Bom dia meu jovem
- Bom dia
- Você pode me avisar quando o ônibus vermelho indo pro Centro passar?
- Infelizmente não.
- Por quê?
- Eu tenho um problema com cores.
- Como assim?
- Bom, é uma longa história...

Durante toda minha vida tive problemas com elas.
Com quem? Aff, com as malditas cores.
Elas me limitavam!
Lá estavam elas me importunando nos tempos de colégio com aquelas variedades e suas nomenclaturas na tabela periódica. Tinha que sentar com a professora do lado para poder fazer a prova. “Sente do meu lado Jake” era o que ela dizia, com os seus brincos de argola cintilantes. Mais que droga, eu nunca colei por causas delas, eu sentava do lado da professora e dava cobertura aos meus colegas, pois entre uma pergunta de “que cor é essa” e outra, eles aproveitavam para trocar informações.
E quando descobriram minha dificuldade... foi um alvoroço, pois o que mais se via eram olhos nervosos procurando algo de cor viva para fazer a derradeira pergunta: Que cor é aquela Jake?
Jake?!
Jake?!
Jake?!
Quando fui fazer o teste prático para tirar minha carteira de motorista, lá pelos meus 19 anos, não tive maiores problemas por ter uma carta na manga, ou melhor, numa sacola... Eu levei mangas (isso mesmo a fruta) pintadas numa sacola com as cores do sinal. O instrutor claro me questionou sobre as frutas e eu não hesitei em dizer: Trabalho escolar do meu filho. (terminando a frase com um largo sorriso amarelo, se é que eu saberia distinguir um)
Até nas minhas navegadas pela internet às malditas me incomodavam, afinal de contas, as drogas das cores só me permitiam enxergar as letras vermelhas num fundo preto, do site de minha banda preferida, com um esforço descomunal de minha parte. Isso com o tempo me levou, finalmente, a um oftalmologista que foi taxativo em seu diagnóstico: Daltonismo.
Ahhhh, então isso tem um nome?
Agora eu finalmente teria um nome para falar mal. Não do pobre Dalton, claro, que deve ter sido o descobridor da doença, pelo nome dela eu acho, e enchido as burras de dinheiro com isso, mais por ela em si e os problemas que me causou ao longo de minha vida.
Por favor, eu nem conseguiria distinguir as cores do arco Iris, eu comprava freqüentemente minha escova de dente rosa, confundindo com o azul, e não podia dar um singelo vestido a minha namorada sem perguntar à vendedora a cor dele.

Depois de descer do ônibus no trabalho...
- Jake.
- Opa, diz ae.
- Passe-me essa pasta verde que esta nessa pilha ao seu lado, por favor.
- Qual delas?
- A verde.
- Você tem que ser mais especifico.
- Você é cego?
- Não sou Daltonico.
- O que é isso?
- Bom, é uma longa história...

2 comentários:

brUno PeReiR@ | 7 de dezembro de 2008 às 10:06

Coitado do Jake, cara... Ainda bem que eu não conheço ningm assim, nem nunk perguntei como via as cores, haha!

Kamilli Aguiar | 10 de dezembro de 2008 às 12:16

Aí PH meu blog tá pronto...quer dizer, quase. Mas já postei. Vai lá e dá uma moral!
Abraço!

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